Nesta sexta-feira, dia 23, a comunidade terapêutica Desafio Jovem, localizada no Recanto Verde, em Criciúma, foi interditada pela Vigilância Sanitária de Criciúma, integrantes da Secretaria de Assistência Social e pelo Conselho Municipal de Saúde.
Foram encontradas diversas irregularidades no local, como alimentos vencidos e estragados, presença de ratos e outras condições que colocavam os internos em risco. Segundo Júlio Zavadil, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Criciúma, havia “muita coisa errada”. Júlio também relatou que a Polícia Militar precisou ser acionada devido à resistência e ameaças dos es, que também estavam retendo os cartões dos internos.
O Presidente do Desafio Jovem, o pastor Vanio de Oliveira, alega despreparo na abordagem sobre a interdição do local. “Estou muito triste, porque vieram com sangue no olho, e vieram mesmo pra fazer isso, para interditar. Não entendo o motivo disso, pois estamos há 40 anos trabalhando com dependentes químicos — completamos 40 anos agora em julho — e recebo isso como presente”, lamentou ele ao Portal TNSul.
Segundo ele, não havia necessidade de interditar o local, pois, de acordo com sua avaliação, não existiam denúncias. Vânio acredita que faltou sensibilidade por parte das autoridades: “Porque a demanda é grande, e ninguém dá conta”.
“Recebemos muitas doações, e o pessoal que trabalha na cozinha facilitou. Alimentos com validade até o final de abril, por exemplo, ainda estavam ali. Mas sei que não é permitido manter comida vencida. Sempre cuidamos disso, mas, infelizmente, aconteceu”, declarou em relação aos alimentos.
O presidente também comentou sobre a conduta dos profissionais responsáveis pela vistoria da instituição: “Eles estavam despreparados para esse tipo de fiscalização. O fiscal não pode discutir com os responsáveis. E não pode dizer: ‘O senhor é pastor, não tem vergonha de ser pastor?’ Uma das fiscais quase entrou em confronto com a psicóloga. Houve discussão, sim. E por isso chamaram a polícia”, finalizou.
O local permanece interditado por tempo indeterminado. Andrey, da Vigilância Sanitária, relatou que os 15 acolhidos estão sendo deslocados a outras comunidades. Ele contou que ao chegar no local, verificou que o alvará da Vigilância Sanitária era provisório. “Foi interditado por conta dessas situações e também pela falta de apresentação de documentos pelo presidente da instituição”.
