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sexta-feira, junho 6, 2025

Cepon alerta para os novos desafios com cigarros eletrônicos

Os dispositivos eletrônicos para fumar, apesar de proibidos no Brasil, continuam sendo promovidos como alternativas “menos nocivas”. No entanto, estudos e entidades de saúde alertam: esses produtos também contêm nicotina e outras substâncias tóxicas que causam dependência e danos à saúde.

O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), unidade do Governo do Estado em Florianópolis, promoveu ações de orientação e conscientização junto aos seus pacientes e à comunidade, reforçando a importância do Dia Mundial sem Tabaco, comemorado neste sábado, dia 31 de maio. Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data tem como objetivo alertar sobre os riscos do tabagismo e incentivar políticas públicas para reduzir seu impacto na saúde global.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) traz o tema “Cigarros eletrônicos e aditivos: sabores e aromas artificiais que promovem e perpetuam a dependência de nicotina”. A proposta é evidenciar como a indústria do tabaco transforma produtos perigosos em itens aparentemente inofensivos — sobretudo para os jovens — por meio de embalagens atrativas, sabores variados e estratégias digitais de marketing.

Segundo o diretor-geral do Cepon, Marcelo Zanchet, o tabagismo está diretamente ligado ao aumento de diversos tipos de câncer, principalmente os que afetam a via aérea, como pulmão, laringe, traqueia e boca. “A cessação do tabagismo é uma das atitudes que uma pessoa pode tomar para reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer. Cerca de 85% a 90% dos casos de câncer de pulmão têm relação direta com o cigarro”, reforça o médico.

Além disso, ele destaca que os benefícios de parar de fumar aparecem rapidamente. “O paciente sente melhora na qualidade de vida, no paladar, na respiração e até na recuperação de cirurgias. Mesmo quem já recebeu um diagnóstico oncológico pode se beneficiar ao abandonar o cigarro”, destaca o diretor.

Cigarros eletrônicos: ameaça disfarçada

Os dispositivos eletrônicos para fumar, apesar de proibidos no Brasil, continuam sendo promovidos como alternativas “menos nocivas”. No entanto, estudos e entidades de saúde alertam: esses produtos também contêm nicotina e outras substâncias tóxicas que causam dependência e danos à saúde. Muitas vezes são direcionados ao público jovem com sabores artificiais, embalagens atrativas e forte presença nas redes sociais.

“Apesar de parecerem inofensivos, os cigarros eletrônicos contêm nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e outras substâncias altamente tóxicas. Eles não são regulamentados no Brasil e já existem evidências de que são ainda mais prejudiciais do que o cigarro convencional. Por isso, não são uma alternativa segura e muito menos uma ferramenta eficaz para parar de fumar”, reforça a terapeuta ocupacional do Cepon, Gabriela Budniak.

Tabagismo: uma doença evitável

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é responsável por mais de 8 milhões de mortes anuais no mundo e é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência da nicotina. A boa notícia é que, com apoio adequado, parar de fumar é possível.

“Aqui no Cepon, o tratamento do tabagismo é feito pela Terapia Ocupacional, tanto com pacientes ambulatoriais quanto internados. É um cuidado individualizado: avaliamos cada pessoa para entender se a dependência é mais química, emocional ou comportamental. A partir disso, construímos um plano terapêutico específico, sempre seguindo as diretrizes do SUS”, explica Gabriela.

A campanha vai além da conscientização — é um convite à reflexão, ao cuidado e à escolha pela vida. O combate ao tabagismo exige informação, empatia e acompanhamento profissional. E no CEPON, esse compromisso começa com escuta, acolhimento e ação.

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